domingo, 12 de julho de 2015

Bate papo Oseas Moraes
 Oseas Moraes da Silva Filho foi o convidado do ‘Bate-Papo Direto ao Ponto’ dessa semana, onde contou de sua vida particular, carreira política, relembrou colegas da infância e o laço de amizade com Eduardo Campos.
Viaje no tempo dentro das seguidas linhas e descubra um pouco mais de sua história de vida.

Infância

Filho mais velho do casal Oseas Moraes da Silva (Seu Zeinha) e Maria da Conceição Aragão Moraes (Dona Marita), Oseas nasceu em 7 de julho de 1959. E cresceu principalmente na Rua do Pátio, na recém emancipada Santa Cruz do Capibaribe.
“Tive uma infância muito proveitosa, numa Santa Cruz pacata onde todos se conheciam. E tivemos uma turma muito boa, ao lado de amigos como Roberto Moraes, Zé Nelson Negão, Zé Preto, Sílvio Monteiro, Dr. Neves João de Mão Nega, enfim um pessoal que se encontrava toda tarde para jogar bola de gude, futebol no Rio Capibaribe ainda limpinho e brincadeiras da época”, recorda.

No batente

Na juventude a mãe era professora e o pai era comerciante. Na torrefação de café, na atual Avenida Capitão Pedroza, Oseas iniciou o trabalho com o pai. Durante a semana fazia entregas na região e todas as sextas-feiras em Santa Cruz com Dona Marita.

“Criado por uma rigidez muito forte da minha mãe e do meu pai. E meu pai queria os filhos sempre perto, estudando, mas aprendendo com ele. Papai era muito trabalhador”, diz com orgulho.

Por pouco... – Fato curioso, marcou uma das entregas na região no ano de 1976. Ano de uma chuva muito forte que alagou certos trechos da nossa região.

“Foi eu e Zé de Zuza numa Kombi e já em Poço Fundo, onde parávamos sempre para tomar um café o pessoal falou para termos cuidado que não daria para passar. E teríamos que passar por Poço Fundo, Brejo, Jataúba, pegar a BR-104 e fazer o giro por Toritama. Em determinado trecho o carro atolou e a KOMBI realmente não passou. A fuba foi embora e corremos para pegar o café, que era mais caro. De todos conseguimos salvar quatro pacotes”, conta.

Aliado aos estudos...

Trabalhando com o pai, a escola não era deixado de lado pelo pequeno Oseas. Um jovem ativo nas organizações colegiais. Seu primeiro espaço de ensino foi na escola de Evani Patriota, onde atualmente funciona a Escola Santo Antônio. O colegial foi feito no Cenecista, onde era um dos organizadores de eventos de classe e integrantes da banda marcial por anos.

“O Cenecista tinha a direção firme do professor Zé Leite, e era um colégio exemplo, que não ficava atrás de nenhum de Pernambuco. Nesse tempo organizava evento de classes, as festas de conclusão e a banda marcial que tocava no 7 de setembro era tão boa que depois era convidada para tocar nas outras cidades da região. Foi um período prazeroso e gratificante”, diz.

Na conclusão do colegial em Santa Cruz, o jovem foi estudar e morar na Capital Pernambucana, no ESUDA e no Colégio Contato. Neste segundo conheceu outro jovem rapaz, com quem fez forte amizade. Seu nome Eduardo Henrique Accioly Campos, que um dia veio a ser governador do Estado.

“Estudei dois anos no ESUDA e no terceiro ano do científico fui para o Contato. Lá conheci Eduardo Campos que fazia o segundo ano. Estudávamos de manhã e fizemos uma amizade que perdurou por todos esses anos”, diz.

Jovem festeiro

Vaidoso e dono de uma vasta cabeleira, Oseas conta que durante a mocidade conseguiu aliar trabalho, estudos e festas. A mãe revela que o filho ‘não podia ouvir uma lata batendo, que estava por perto’.

Em Santa Cruz pontos como a discoteca dos Bandeirantes, discoteca de Joel e Bar da Alvorada eram constantemente visitados. “Todo domingo estava por lá. Tinha na época uma festa chamada ‘Os assustados’ na casa de amigos também. Além disso, tinha o Ypiranga, em Pedro Laurentino com shows de calouro que eram sempre muito bons. Andava tranquilo pela madrugada, sem medo de nada, não havia perigo”, recorda saudosamente.

No período do Recife, embalados pela banda ‘Pop Som’ de Pedro Maia, Oseas e o primo Roberto Moraes amanheciam o dia no bairro da Bomba do Hemetério, principalmente. “A gente acompanhava nosso amigo Pedro Maia mesmo, onde ele estivesse nós estávamos juntos”, fala.

De volta pro meu aconchego...

Com cerca de 17 anos e tendo concluído o ensino médio na Capital Pernambucana, Oseas retorna a Santa Cruz do Capibaribe, para ajudar o pai,  que iniciava no ramo têxtil, em crescimento na cidade.

“Eu vim ajudar meu pai, que estava começando nesse comercio incentivado pelos outros irmãos, já que era o último a entrar no setor. Interessante que meu pai foi a São Paulo apenas uma vez. Eu fui à segunda com meus tios e a partir da terceira já ia sozinho”, conta.

Política
Sobrinho de Raimundo Aragão, Oseas cresceu envolto e acompanhando de dentro a política de Santa Cruz. Jovem já organizava as campanhas de Severino Monteiro, a quem substituiu como líder no grupo cabecinha (Hoje denominado taboquinha).

Substituindo Severino Monteiro – Fato marcante na política local, foi o abandono da vida pública por parte de Severino Monteiro, até então o maior líder do grupo.

“Após a trágica notícia do desaparecimento de Sílvio (seu filho), Severino ficou sem noção, sem teto e sem chão. E posso dizer que perdeu o gosto pela vida e não queria saber mais de política. E na fazenda dele, nos ‘Tanquinhos’ comunicou a todos sua decisão e soltou a chave daquele espaço no chão”, fala.

A chave, naquele momento representava também as responsabilidades com o grupo de oposição. “Todos ficaram olhando um para o outro, sem querer pegar a chave. Eu era o coordenador, muito próximo dele e dos demais e peguei. Assumi com a ajuda de todos e fui candidato em 88”, relembra.

1988 – Eleições Municipais – Derrota nas urnas


Convidando Zinha Vieira para vice, Oseas Moraes foi para disputa contra Ernando Silvestre e Brás de Lira. Umas das eleições memoráveis de Santa Cruz do Capibaribe.

“Foi uma campanha muito bonita e longa também, por que a eleição era em 15 de novembro. Lutamos contra uma estrutura muito forte e é realmente uma campanha que vou guardar para sempre. A campanha da camisa vermelha”, conta.

As carreatas e o ultimo comício que varou a madrugada até o outro dia, pela manhã, são inesquecíveis para Oseas e Zinha.

1990 – A redenção

“Eu havia perdido a eleição dois anos antes, mas tinha saído fortalecido. Tive cerca de 8.700 votos para prefeito e consegui 8.500, em Santa Cruz, para deputado dois anos depois. Praticamente os mesmo que votaram em mim continuaram comigo”, relembra.

As relações com o governo do Estado ficaram ainda mais estreitas. Com Eduardo Campos, conhecidos desde o colegial no Contato se intensificaram. “Tinha trabalhado com ele no governo desde 87. Arraes era governado e Eduardo chefe de gabinete. Mantivemos nossa amizade e trazendo benefícios para Santa Cruz. Além disso, tinha essa amizade limpa, sincera, honesta e que não precisava tá espalhando em todo canto, por que sabíamos que era verdadeira”, diz.

1994 Reeleito - O trabalho entre 91 e 94, fez com que fosse reeleito para mais um mandato, concluído em 1998.

1998 – Acontece o racha em Santa Cruz entre Edson Vieira e José Augusto Maia. Ambos saem candidatos a deputados estaduais. Oseas não se candidata e apoia Edson Vieira.

“Em 96 Arraes me disse para me preparar que eu seria candidato a deputado federal dois anos depois. E saímos nas cidades bases nas eleições de 1996 para fortalecer o projeto. E firmei esse acordo também com Edson Vieira. Acontece que vieram alguns problemas políticos e administrativos no governo que inviabilizou o projeto”, conta.

“Cheguei e falei para Edson que não dava para ser federal, mas tinha meu mandato garantido e prerrogativa para uma reeleição ao Estado. E tinha esse acordo com Edson, diferente de outros que só entraram para atrapalhar”, diz em referencia a José Augusto.

O acordo para apoiar Edson a deputado estadual inviabilizou sua terceira candidatura ao poder legislativo do Estado. No fim, Edson e José Augusto não foram eleitos.

2010 – Tal pai tal filho

Em eleição do filho, Diogo Moraes, para o cargo que foi seu 20 anos antes, uma conturbada relação com José Augusto põe fim à trajetória da família Moraes  no grupo taboquinha, no ano seguinte.

“Eu poderia ter sido candidato, mas tem uma liderança em Santa Cruz, que graças a Deus me livrei dele, que não deixa ninguém crescer. Então expliquei para as bases da região que não seria candidato, por que o líder, o dono do partido não queria, mas que apoiassem meu filho. E isso aconteceu”, diz.

Em 2011 Oséas e Diogo Moraes selaram acordo com Edson Vieira e migraram para o grupo Boca-Preta com o apoio do então governador Eduardo Campos.

Jogo rápido

Miguel Arraes – Maior político dessa terra
Fernando Aragão –Trabalhador
José Augusto Maia – Atrapalhador
Ernando Silvestre – Homem de bem
Augustinho Rufino – Outro homem de bem
Zinha Vieira – Amigo
Edson Vieira – Grande trabalhador e amigo
Dimas Dantas – Advogado
Ernesto Maia – Irresponsável
Eduardo Campos – Eterno
Diogo Moraes – Meu filho querido. Tem futuro político por que é honesto
Santa Cruz do Capibaribe – Minha terra que amo, que nasceu minha família e é abençoada por Deus.

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