sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Fundadora da nova Arena não vê contradição em ser bolsista do Prouni

Bolsista do Programa Universidade para Todos (Prouni) na Universidade de Caxias do Sul, a estudante Cibele Bumbel Baginski não vê contradição entre sua condição e a posição da nova Arena, que condena cotas raciais. A jovem de 23 anos assinou o estatuto e o programa do partido em publicação no Diário Oficial da União nesta semana. Fundada originalmente em 1966, a Arena dava sustentação ao governo militar. Os crimes cometidos no período são investigados pela Comissão da Verdade, instituída pelo governo federal em maio deste ano.

Para Cibele, que cursa direito na universidade da Serra do Rio Grande do Sul, a bolsa no Prouni nada tem a ver com a posição contrária do novo partido a cotas raciais, de gênero, ou condições "especiais". "Cotas que separam as pessoas por classe social, cor, opção sexual ou qualquer outro fator de segregação são uma coisa. Uma bolsa de estudos como o Prouni é outra. O Prouni é pago pelo governo federal com os nossos impostos, inclusive os meus. E a minha nota do Enem condicionou isto", explicou a estudante.

Criado durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o Prouni é dirigido a estudantes egressos do ensino médio da rede pública ou particular, na condição de bolsistas integrais, com renda per capita familiar máxima de três salários mínimos. O que, na avaliação de Cibele, é diferente das cotas para negros ou egressos de escolas estaduais.

"O Prouni não foi criado pra suprir vagas de escolas públicas em si, mas para sustentar a universidade pública, que não há fisicamente", argumenta.

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