Ideia de renúncia, para apoiar Marina, ronda Aécio Neves
A ideia da renúncia seguida do apoio a Marina Silva ronda o
candidato Aécio Neves, segundo reportagem exclusiva publicada no Valor PRO,
serviço de notícias em tempo real do Valor. Seria a maneira de despachar o PT
já no primeiro turno das eleições, sem correr o risco de uma eventual virada no
segundo turno, algo que até hoje não ocorreu nas eleições, desde 1989, quando
foi restabelecida a eleição direta para presidente da República.
Aécio tem prazos. Assim como o PT, o candidato do PSDB apostou
na polarização e se deu mal. Contra a maioria das apostas no PSDB, Aécio ainda
acredita numa resposta positiva do eleitorado, em meados de setembro, quando
aposta que sua propaganda eleitoral começará a apresentar resultados. De
qualquer forma, o programa de Aécio, cada vez mais, fala para Minas Gerais.
Mal na disputa presidencial, Aécio também enfrenta problemas
em Minas, onde seu candidato ao governo do Estado, Pimenta da Veiga, está
comendo poeira no rastro de Fernando Pimentel, o único petista a liderar a
corrida para o governo do Estado, nos quatro maiores colégios eleitorais. O
próprio Aécio não tem o desempenho esperado em Minas. Em algum momento da
campanha, o candidato terá de se concentrar na campanha mineira, de modo a
assegurar sua base de apoio mineira para as próximas eleições.
Também não é certo, a esta altura, que se Aécio desistir e
apoiar Marina a fatura será liquidada no primeiro turno. Hoje a presidente está
consolidada no segundo turno, graças sobretudo ao forte apelo que seu nome mantém
nas regiões Norte e Nordeste. O problema de Dilma é que ela não amplia nem para
o primeiro nem para o segundo turno, conforme demonstram as últimas pesquisas.
É improvável que Aécio aceite algum tipo de acordo com
Marina já no primeiro turno, mas o simples f ato de a proposta circular nas
áreas afins ao candidato, eleitores fiéis que agora pensam no voto útil em
Marina, dá uma ideia do tamanho do apoio que se delineia em torno da candidata
do PSB. Na hora em que o PT perder a eleição, a disponibilidade dos outros
partidos para se aproximar será grande.
No segundo turno, a tendência do PSDB é apoiar Marina Silva
e ajudá-la a governar, se ela for eleita, como apontam as pesquisas. Ao
contrário do que aconteceu em 1992, quando era oposição e se recusou a compor
com o governo Itamar Franco, o PT tem muitos interesses em jogo e deve pensar com mais receptividade a ideia de dar
apoio congressual a Marina. O problema é que Marina se tornou a primeira opção
ao PT. O mercado financeiro é parceiro
de Marina porque não quer o PT no governo.
Com informações do
site do Valor Econômico
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